Há pessoas que, durante a vida, desenvolvem uma capacidade única de seguir o que diz o coração. Um exemplo disto é Steve Jobs, que faleceu recentemente, mas deixou para trás além de inovações tecnológicas, uma bela história de vida. Na primeira parte, Jobs fala sobre quando abandonou a faculdade e passou a freqüentar aulas de caligrafia, que foram fundamentais para a estética do Mac, fato que ele só percebeu 10 anos mais tarde, “ligando os pontos” da sua experiência passada com o presente. A segunda parte é sobre ser demitido da sua empresa própria empresa e a importância disto para a descoberta do que se ama fazer. Segue uma síntese da terceira parte de seu discurso feito para formandos da universidade de Stanford:
Você tem que encontrar o que você ama
Minha terceira história é sobre morte.
(...) nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: “Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E se a resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.
Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo — expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar — caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração.
(...) Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. (...) Os médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não deveria esperar viver mais de três a seis semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar minhas coisas (...). Significa dizer seu adeus.
Eu vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, (...) Era uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu operei e estou bem.
Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá.
Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. (...) Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. (...)
O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém.
(...) tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário.
Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog, (...) na contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras:
“Continue com fome, continue bobo.”
Foi a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos.
Obrigado.
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