sexta-feira, 21 de outubro de 2011

2° Editorial - O quanto somos realmente livres? O que nos faz ser livres? O que é a liberdade?

            É impossível negar que há um senso comum criado pelo poder, que dita atitudes, comportamentos e crenças “desejáveis” para uma determinada sociedade de determinado período de tempo.
Esta criação de “modelos ideais” é uma constante na história. Fatos absurdos como da eugenia espartana até a ideologia da “pureza racial” nazista. A discriminação da mulher, legitimada pelo poder em estados governados pelo extremismo islâmico. A segregação racial, apartheid, também legitimada pelo poder na África do Sul até os anos 90. A tentativa de extinção ou dificultar a prática da religião em países socialistas como aconteceu na União Soviética e acontece hoje na China.
Seguindo a lógica do poder, o ser humano é reduzido a números, dados, objetos que são julgados corretos ou incorretos conforme um padrão de pensamento imposto. O que há de legítimo nisto? É a isto que se reduz o ser humano – a realização da vontade de um pensamento predominante?
Felizmente, temos pessoas que testemunham para nós o que realmente é ser humano, nos mostram o que é realmente a liberdade, mesmo com um senso comum fazendo um contra testemunho, utilizando-se de argumentos sem base argumentativa verdadeira e distorcendo a realidade.
Steve Jobs, em um discurso para formandos da universidade de Stanford, nos diz: “Não há razão para não seguir seu coração” e também “o seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém”. Isto é, claramente, uma prova da grande capacidade que Jobs tinha de seguir seu coração, ser guiado por sua experiência e não por modelos de vida criados segundo parâmetros que não são nossos.
Duas liberianas e uma iemenita lutaram “pela segurança e pelos direitos das mulheres na participação do processo da construção da paz" em países imersos em conflitos e guerras civis. Não puderam ser caladas a urgência pela paz e a esperança de justiça e igualdade. A humanidade destas mulheres não foi silenciada nem diante de um risco à própria vida. Esta coragem de agir pelo que sua humanidade, seu coração lhes diz ser correto foi digno de um prêmio Nobel.
Em nosso país, considerado pelo senso comum como possuidor de pouca ou nenhuma consciência política e muito dependente do estado, observam-se iniciativas populares: creches comunitárias, Santas Casas de Misericórdia, Pastoral da Criança, Associação dos Trabalhadores Sem Terra de SP e tantas outras iniciativas ligadas a igrejas e associações de “amigos de bairro”. Observar estes acontecimentos é o suficiente para mostrar a inconsistência dos dados apresentados pelas “versões oficiais” dos fatos, apresentadas pelo senso comum.
De um lado, opiniões divulgadas em massa, criadas pelo poder para ser conveniente a ele próprio. De outro, há pessoas que testemunham o que é ser verdadeiramente livre. Não seria o ser humano movido por algo que está além da razão pura, dados e números, do senso comum e dos interesses de um poder dominante? E sendo assim, seguir este algo que nos move, não é ser livre?

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