Sem dúvida, a Jornada Mundial da Juventude foi um acontecimento muito importante para o catolicismo neste ano. Quando se trata da Igreja e do Papa, a postura mais comum na mídia é da crítica e oposição. Muitas vezes são desconsiderados fatos e dados importantes para escrever uma matéria que, supõe-se, vende mais jornais, pois corresponde à “moda”. Esta atitude comum da mídia foi citada por Andrew Brown no jornal inglês “The Guardian”. Segue a síntese da matéria:
Se esta não é notícia
Se eu fosse católico, ficaria bastante aborrecido com a BBC. O noticiário desta manhã transmitiu um serviço sobre a visita do Papa a Madri, concentrando-se inteiramente nas “milhares” de pessoas que protestaram contra essa visita. Não mencionou sequer uma vez (...) o extraordinário encontro católico global em que o Papa participa e que atraiu na capital espanhola cerca de um milhão e meio de jovens do mundo inteiro. Que aprovemos ou não, contudo trata-se de um acontecimento importante e, sobretudo, é digno de nota porque é inesperado e contrasta com aquilo que divulgam os meios de comunicação. Então, por que motivo não é mencionado?
Poder-se-ia pensar que se trata de um exemplo de preconceito consciente contra os católicos e talvez o seja. Todavia, duvido. (...) Suspeito que (...) é algo muito mais cultural. Os jovens que participam em peregrinações organizadas para saudar o Papa não são aquele tipo de pessoas que a maior parte dos jornalistas querem tornar-se ou já foram. Eles são a quinta-essência do que está fora de moda.
Os jornalistas são quase inevitavelmente sensíveis à moda nas ideias, em parte porque a sua sorte e as suas carreiras dependem muito dela. (...)
E não se trata apenas da BBC. Na internet ouvi na “Deustche Welle” (...): “O Papa Bento XVI chegou à capital espanhola na quinta-feira para participar das celebrações da Jornada Mundial da Juventude (...) o preço da visita, pago pelos contribuintes, suscitou muitas reações num país sufocado pela crise econômica (...) cerca de cinco mil pessoas saíram pelas ruas de Madri para protestar contra a chegada do Papa por ocasião do encontro (...)”.
Sem dúvida, as contestações são uma notícia, mas a capacidade que o Cristianismo tradicional tem de atrair uma multidão de um milhão e meio de jovens parece-me algo muito mais digno de ser divulgado (...).
Naturalmente, os números não demonstram a verdade, mas são critérios de avaliação do compromisso e da importância política. O número de pessoas que chegaram a Madri para ver o Papa é trezentas vezes superior àquele de quantos chegaram à capital espanhola para protestar. Então, qual é o grupo mais importante do qual se deve dar a notícia?