O mundo vive um período de crise. Crises econômicas e crises morais. É patente a falta de valorização à vida humana demonstrada por muitos. Em meio às crises econômicas, justos protestos contra a ganância de uma minoria são utilizados como pretextos para a defesa de uma falsa liberdade. E, mesmo diante desta instabilidade econômica e moral no ocidente, o modelo vigente, esta ideologia individualista ocidental, é exportada para o mundo, como sendo o correto, justo e verdadeiro.
Aqui, nas terras tupiniquins, qualquer agitação popular – a exemplo do “Occupy Wall Street” – já é pretexto suficiente para protestar pela liberação da maconha e pela legalização do aborto, juntamente com protestos contra Ricardo Teixeira. Está é uma demonstração da profundidade com que é tratado um tema que diz respeito à vida - o aborto -, colocado no mesmo nível de assuntos com pouca ou nenhuma importância.
Isto deixa evidente uma prova de que ou valorizar a vida - no senso comum - passou a significar manter a si próprio vivo (no “sentido biológico” da palavra) ou que a vida como um todo passou a ser tratada como um objeto que, se for inconveniente, pode ser jogado fora. Em ambos os casos, transparece que tudo pode ser determinado e tratado da forma como cada um quiser. Essa atitude egoísta é difundida por todos os lados, defendida por uma ideologia que, supostamente, defende a liberdade, o bem-estar e a “saúde pública”. Há alguma melhoria para a “saúde pública” em se permitir o assassinato de um ser humano vulnerável? É uma demonstração de liberdade poder fazê-lo legalmente? É até desnecessário dizer que para qualquer SER HUMANO a resposta para ambas as perguntas é não.
Enquanto isto ocorre nos países ocidentais, a Líbia termina sua luta contra a opressão de Kadafi. Aplaudida pela ONU, o país começa a construir sua democracia. Há o risco de que, junto com a democracia, o ocidente também exporte vícios que reduzem o ser humano a um ser que se sufoca, pois está fechado para enxergar toda a realidade. E, com isto, o novo regime pode se tornar tão opressor – ou mais – que o primeiro, negando e destruindo valores intrínsecos do homem. Entretanto, respeitando valores intrínsecos humanos, a democracia líbia pode se tornar uma “justa abertura para a realização do homem”.
A ausência de profundidade com que é tratada a questão do aborto é um reflexo da falta de valorização que tem sido dada ao ser humano. Se este é visto como um objeto que pode ser manipulado da forma como quem detém algum poder sobre ele – seja a mãe de uma criança durante a gestação ou líderes políticos de um povo – julgar conveniente, então a vida humana não significa absolutamente nada. Aceitar esta falsa ideologia é aceitar a própria redução e, assim, reduzir todo o ser humano ao nada.
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